Doulagem na maternidade particular x maternidade do SUS em tempos de Pandemia

Essa semana tive a oportunidade de viver duas experiências muito intensas e opostas. No atendimento na maternidade particular, onde foram criados protocolos de segurança,  realizado treinamento on-line e recadastramento, para poder acompanhar as gestantes.

As solicitações do protocolo eram:

  • Não usar jóias e acessórios,
  • Uso de pijama hospitalar somente da maternidade (esterelizado),
  • Óculos de proteção,
  • Assinar termo de responsabilidade,
  • Verificação de temperatura,
  • Troca de máscara
  • Uso constante de álcool em gel,
  • Não permanecer nos corredores e evitar aglomerações.

Nas maternidades do SUS a entrada da Doula está suspensa por tempo indeterminado.

Com as duas famílias, todo o processo de acolhimento e preparação para o parto e pós parto, foram feitos da mesma forma, porém respeitando os limites e as necessidades de cada casal.

No acompanhamento na maternidade particular, a bolsa rompeu,  me dirigi até a residência  para auxiliar em determinadas necessidades da família. A via de nascimento foi cesariana e com todo o protocolo respeitado, me foi permitido entrar no centro cirúrgico. Foi um nascimento respeitoso, pele a pele imediato. Por solicitação do casal permaneci por todo o período, até se alimentar e tomar banho, estimulando o aleitamento e cuidados c o RN.

No acompanhamento pelo SUS, o principal foi munir mais ainda o casal de informações, acolher suas necessidades, medos e ansiedades. No início do trabalho de parto fui até a casa deles para praticar o que já conheciam teoricamente. Durante as primeiras contrações a parturiente pode sentir e ter consciência real de não lutar contra, respirar e soltar seu corpo, aceitar o processo e permitir-se parir. E, ao pai, a importância da sua presença, seu olhar de segurança e apoio e suas mãos para massagem. Acompanhei até a entrada na maternidade, após a internação, fui embora com o coração na mão,  de não poder ficar,  mas com a certeza de que tinha feito o meu melhor e que ela era a real protagonista do seu parto.

Doular, para mim é,  ter a possibilidade  de estar presente de corpo e alma e o principal sem TUTELAR.

Texto: Carolina Valentini, Doula e Naturóloga.

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